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domingo, 21 de agosto de 2016

Crescer com saúde: experiência em educação nutricional e implantação de cantina saudável em uma escola do Município de Muqui-ES

Autores do relato: Christiane Zanol Araujo; Angélica de Paula

Local da experiência: Espírito Santo
Local de implementação: Escola Municipal
Qual o público alvo? Crianças de 5 a 9 anos da unidade escolar
Qual foi a experiência desenvolvida?
A realização deste projeto teve como lócus a cidade de Muqui, localizada no extremo Sul do Estado do Espírito Santo, possui, segundo dados do IBGE de 2010, um total de 14.506 habitantes, onde 5.087 residem na zona rural e 9.309 na zona urbana.
No ano de 2012, foi realizado um levantamento de dados antropométricos de todos os escolares da rede pública municipal de Muqui, das 1.0340 crianças de 5 a 9 anos residentes no município (IBGE/2010) 948 foram avaliadas pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), onde se verificou que 27,63% estavam com sobrepeso, sendo 11,70% obesos, o que demonstra uma condição de saúde infantil preocupante.
A partir dos dados coletados, o setor de nutrição em parceria com a Estratégia de Saúde da Família e com estagiárias em Nutrição da Universidade Federal do Espírito Santo, no início do ano de 2013, decidiram por  ampliar sua atuação dentro do programa de Saúde na Escola, com apoio da Secretaria Municipal de Saúde e Secretaria Municipal de Educação, e desenvolveu um projeto com o objetivo de promover ações de educação nutricional de forma continuada com os alunos do 1° ao 5° ano dentro da escola, e com isso formar seres conscientes de suas escolhas alimentares para uma opção de vida mais saudável, que foi denominado "Crescer com saúde”.
O projeto iniciou suas atividades na escola municipal Frei Pedro Domingos Izcara, que apresentou um índice de 30,4%, de sobrepeso nas crianças de 5 a 9, um número maior que a média municipal. A escolha desta unidade escolar, além dos índices encontrados estarem acima da média municipal, justifica-se por estar localizada na área urbana, o que facilita o acesso pela equipe do projeto, e pela ótima receptividade da diretora e dos funcionários da escola.
Inicialmente foi realizado um levantamento com os dados de 2012, no SISVAN-web, das crianças do 1º ao 5º ano da escola Frei Pedro, identificando as que estavam em situação de risco de sobrepeso, sobrepeso e obesidade, de acordo com o parâmetro de IMCxIdade. A partir desses dados foi realizada uma palestra com os pais destas crianças sobre os principais vilões responsáveis pelo sobrepeso e a obesidade infantil. 
Como forma à implementar as ações de educação alimentar e nutricional foram realizadas visitas/palestras nas salas de aula das turmas do 1º ao 5º ano. Nas primeiras visitas foram apresentados conceitos básicos de nutrição, como, por exemplo, o que é a pirâmide alimentar a como aplicá-la na alimentação; o que são alimentos energéticos, construtores e reguladores, e quais são os seus benefícios; também foram colocados em sala de aula os prejuízos causados por alimentos não saudáveis (vilões da saúde). O objetivo era dialogar com os alunos informações sobre alimentação saudável, de forma prática e adequada, utilizando atividades próprias as faixas etárias, de forma a promover hábitos alimentares melhores e a compreensão sobre os prejuízos causados por alimentos não saudáveis.
Em consonância com estas atividades, foi realizado pela Estratégia de Saúde da Família, a aferição do peso e altura dos alunos presentes na escola. Estes dados foram digitados no SISVAN-web e verificado o estado nutricional. O relatório consolidado do estado nutricional das crianças e adolescentes foi apresentado aos professores e funcionários, juntamente, foi entregue um questionário para avaliar o impacto causado pelas atividades desenvolvidas na escola. Com isso foi verificada a necessidade de alterar a cantina para que essa fornecesse escolhas saudáveis. 
Para que essa mudança aconteça, elaborou-se uma cartilha sobre como implantar uma cantina saudável, como empregar noções de nutrição e alimentação adequada em diversas disciplinas dentro do âmbito escolar, além de direcionar a implantação de horta escolar, citando sua facilidade e importância, e também contém informações sobre a problemática do consumo de alimentos industrializados. Essa cartilha foi entregue e explicada para a diretora. Após este momento foi passado aos alunos um questionário, sobre o que poderia ser acrescentado e retirado na cantina. Entre as respostas do questionário, destaque para a sugestão de uma mãe de aluna, que também possui uma agroindústria, sobre a oferta de salada de frutas, biscoito caseiro, sanduíche natural e suco, que foi incluída como uma das ações promovidas pelo projeto.     
As crianças do 1° ao 5° também receberam uma aula sobre os malefícios e benefícios causados a saúde por alguns alimentos vendidos na cantina que, após sugestões prévias dos próprios alunos, e avaliadas pela equipe, foram sendo retirados e acrescentados na cantina, respectivamente, dependendo das decisões coletivamente tomadas.
Como a experiência foi desenvolvida?
Este projeto teve como resultados a identificação de 50 crianças com risco de sobrepeso, sobrepeso e obesidade, de acordo com dados de 2012 do SISVAN-web. Na palestra realizada para os pais destas, apenas 22 compareceram, porém a ação foi enriquecedora, pois a maioria reconheceu a importância de uma alimentação adequada para reduzir os riscos de doenças relacionadas ao excesso de peso, e aprenderam como alguns alimentos citados (alguns industrializados) fazem mal a saúde.
Foram realizadas cinco palestras em sala de aula, para apresentar o tema de educação nutricional aos alunos do 1° ao 5° ano, totalizando 273 alunos, observou-se um ótimo retorno das crianças em relação ao conteúdo que foi passado, pois através das atividades desenvolvidas responderam corretamente as questões, oralmente, com escritas ou desenhos. E discutiram várias situações da própria alimentação do dia a dia, em casa ou na escola.
Após a coleta e registro de dados (peso e altura) de todos os alunos constatou-se, através dos relatórios consolidados do estado nutricional das crianças e adolescentes, com base do SISVAN-web, no período de julho de 2013, um índice de risco de sobrepeso e obesidade de 34,35% dentre as crianças e 29,08% dentre os adolescentes. 
O projeto foi tomando um rumo mais amplo, não bastava apenas orientar e conscientizar os alunos por uma alimentação saudável, mas também oferecer opções de alimentos saudáveis no ambiente escolar.
Diante das sugestões dos funcionários da escola foi realizada com todos os alunos da escola (matutino e vespertino) uma pesquisa de opinião onde o objetivo principal foi ver as preferências dos alimentos que poderiam ser retirados da cantina ou adicionados. Utilizou-se um questionário composto por 4 perguntas, que tinham respostas objetivas, e um espaço que permitia ao aluno dar sugestões de alimentos que não estavam expostos no questionário mas que ele gostaria que vendesse na cantina. Como resultado percebeu-se que a maioria dos alunos da escola (80%) compram na cantina, ou seja, os alimentos fornecidos nesse local tem grande influência na alimentação dos estudantes, uma vez que esses podem estar ingerindo alimentos gordurosos e calóricos todos os dias na escola. Observou-se que os alunos inseridos no projeto, alunos do 1° ao 5° ano estavam mais conscientes de suas escolhas alimentares, do que os alunos do 6° ao 9° ano (que não tiveram visitas/palestras em sala de aula), pois propiciou a ampliação dos conhecimentos dos alunos, que demonstraram, através do questionário aplicado, estarem sensibilizados quanto ao tema aprendido.
Diante destes resultados, buscou-se na região a possibilidade da produção e entrega de produtos saudáveis para serem comercializados pela cantina da escola. A partir de uma sugestão contida em um dos questionários estabeleceu-se uma parceria com uma agroindústria próxima para oferta diária de salada de fruta, suco natural, sanduíche natural e biscoito caseiro para a cantina. Como forma de divulgação a diretora encaminhou um comunicado aos pais sobre o andamento do projeto.
Logo na primeira semana da mudança, os alimentos saudáveis se esgotaram com primeiras turmas, mostrando que a adesão dos alunos a cantina saudável superaram as expectativas da diretora, que encomendou, para os próximos dias, maiores quantidades de preparações. Nesse sentido, os resultados indicam que a ampliação do conhecimento e as atividades desenvolvidas em sala de aula têm o potencial de estimular a formação de hábitos alimentares saudáveis nos escolares.
Que desafios foram encontrados para o desenvolvimento da experiência? 
Após a realização das visitas em sala de aula, os professores foram convocados para darem suas opiniões a respeito do projeto, e sobre os próximos passos a serem seguidos a fim de trazer soluções e executar ações de maneira eficaz, fortalecendo a alimentação saudável e incorporando novos hábitos alimentares na vida dos alunos. Foi aplicado questionário aos 12 professores presentes, onde a primeira questão era com relação à participação dos alunos e a segunda questão com relação à relevância das palestras ministrada aos alunos. A maior parte dos professores referiram ambas as questões como bom ou muito bom. Além disso, o questionário continha uma terceira questão, esta era para que os docentes dessem sugestões com relação às palestras ou mudanças a serem realizadas. Entre essas sugestões eles citaram a mudança na alimentação na cantina. 
O que esta experiência trouxe de novo?
Pode-se concluir que as ações educativas ministradas durante o projeto proporcionaram, além da ampliação de conhecimentos importantes sobre nutrição, o incentivo e a melhoria de práticas alimentares saudáveis pelos alunos, ou seja, as atividades desenvolvidas em sala de aula tiveram o potencial de estimular a escolha de alimentos saudáveis nos estudantes. Isso foi percebido através dos questionamentos e preocupações relacionadas a boa nutrição demonstradas pelos próprios alunos nas últimas intervenções realizadas.
O pedido dos escolares por uma cantina mais saudável, e o crescente aumento das vendas dessa, foram os melhores parâmetros para medir que as estratégias nutricionais realizadas durante o ano tiveram resultados positivos, pois influenciaram os alunos, e até os funcionários, a adquirirem alimentos com valor nutricional superior. Destaca-se que o resultado positivo só foi possível pois o projeto pode contar com a participação e envolvimento ativo da diretora, educadores, alunos e  boa parte dos pais desses.
Para assegurar a sustentabilidade desses resultados, é necessária a utilização de outras estratégias, como o fortalecimento das políticas públicas e de legislações voltadas para a área de nutrição escolar, e a permanência de ações como as já realizadas, só que por períodos maiores ou até mesmo de forma contínua, para que assim os hábitos alimentares saudáveis se concretizem e contribuam para a prevenção de agravos nutricionais. 
Percebe-se como, a partir das ações integradas entre as secretarias municipais de educação e de saúde, e da realização de um projeto capaz de envolver os funcionários da escola, os alunos e seus pais, a escola como um todo está aderindo a uma alimentação saudável para oferecer na cantina, proporcionando um processo em cadeia de melhoria da saúde de todos os participantes das ações do programa, com destaque para as crianças, e para a elevação de renda e de incentivo aos pequenos produtores do município, pelo fornecimento direto para a cantina da agroindústria local, que usa para sua produção os alimentos cultivados na região, beneficiando indiretamente os pequenos agricultores locais. 
ALGUNS RELATOS SOBRE A EXPERIÊNCIA
“Minha filha sempre consumiu na cantina, porém tenho consciência que está acima de peso, mas a escola nunca ofereceu nada saudável, com o trabalho que estão fazendo com as crianças ela já ficou interessada com as frutas, inclusive quer comprar salada de fruta que será oferecido agora na cantina, acho este projeto muito bom, vocês estão de parabéns.” L.S.M.Mãe de aluna do 2° ano. 
“Desde a primeira palestra que as crianças tiveram com a nutricionista, sobre os refrigerantes, meu filho tem questionado a alimentação aqui de casa, e acabei diminuindo até nas frituras e inserindo mais legumes, lanchávamos quase todos dias, agora só uma vez por semana e ele (filho) não achou ruim, nem sentiu, vi que está emagrecendo e fico muito feliz pois está brincando mais e com menos vergonha do corpo.” M.C.A.T.Mãe de aluno do 4° ano. 
Este relato também está disponível em https://novo.atencaobasica.org.br/relato/2268 (external link)

Essa experiência foi apresentada na IV Mostra Nacional de Experiências em Atenção Básica/Saúde da Família, evento realizado em 2014, cujo objetivo é valorizar as experiências cotidianas e estimular o protagonismo local dos milhares de trabalhadores, gestores e usuários da Atenção Básica do Brasil. 

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segunda-feira, 23 de maio de 2016

Ômega 3: meu suplemento preferido

Existem gorduras boas e gorduras ruins. Gorduras trans, artificialmente produzidas, são ruins em qualquer quantidade, e gorduras saturadas de produtos de origem animal devem ser consumidas com moderação, apesar de terem sido liberadas da “demonização”, segundo o último guia alimentar americano que dita as regras nutricionais a cada cinco anos.



As melhores gorduras ou óleos, uma vez que são líquidos à temperatura ambiente, são aqueles que contêm os ácidos graxos essenciais, assim chamados porque sem eles nós morremos. Os ácidos graxos essenciais são polinsaturados e agrupados em duas famílias: os ômega-6 e os ômega-3.



Diferenças mínimas em sua estrutura molecular fazem as duas famílias agirem de forma muito diferente no corpo. Enquanto os produtos metabólicos de ômega-6 promovem a inflamação, a coagulação do sangue e crescimento de tumores, os ômega-3 agem de forma oposta.



Embora todos nós precisemos de ambos, é cada vez mais claro que o excesso de ácidos graxos ômega-6, pode ter consequências terríveis. Muitos cientistas acreditam que uma das principais razões para a alta incidência de doenças cardíacas, hipertensão, diabetes, obesidade, envelhecimento precoce e algumas formas de câncer é o profundo desequilíbrio, na dieta, entre a ingestão de ácidos graxos ômega-6 e ômega-3 ácidos graxos.

Acredita-se que nossos ancestrais evoluíram em uma dieta com uma razão de ômega-6 para ômega-3 de cerca de 1:1. A grande mudança nos hábitos alimentares ao longo dos últimos séculos mudou este razão para valores muito diferentes, acreditando-se chegar até 20:1 o que gera muitos problemas.



As principais fontes de gorduras ômega-6 são os óleos vegetais, tais como o óleo de milho e o óleo de soja, que contêm uma elevada proporção de ácido linoleico. Gorduras ômega-3 são encontradas no óleo de linhaça, no plâncton marinho e em peixes gordos. O componente principal do óleo de linhaça é o ácido alfa-linolênico, enquanto os ácidos gordos predominantes encontrados em óleos de peixe gordo e de peixe são o ácido eicosapentanóico (EPA) e ácido docosahexanóico (DHA).



Os cientistas notificaram, pela primeira vez, os muitos benefícios do EPA e do DHA, no início de 1970, quando médicos e pesquisadores dinamarqueses observaram que esquimós da Groenlândia tinham baixa incidência de doenças cardíacas e artrite, apesar do fato de consumirem uma dieta rica em gordura. A pesquisa descobriu que duas das gorduras EPA e DHA (óleos), quando consumidas em grandes quantidades, foram realmente altamente benéficas. Pesquisas mais recentes estabeleceram que os óleos de peixe (EPA e DHA) desempenham um papel crucial na prevenção da aterosclerose, infartos, depressão e câncer. Ensaios clínicos demonstraram que a suplementação de óleo de peixe pode ser eficaz no tratamento de muitas doenças, incluindo a artrite reumatóide, diabetes, colite ulcerativa e doença de Raynaud. 



Reconhecendo os benefícios exclusivos do EPA e do DHA e as consequências de suas deficiências, Institutos Nacionais de Saúde ao redor do mundo vem estabelecendo normatizações sobre doses diárias recomendadas de ácidos graxos na alimentação. O cérebro humano é um dos maiores "consumidores" de DHA. O órgão de um adulto normal contém mais do que 20 gramas de DHA. Baixos níveis de DHA têm sido associados a níveis baixos de serotonina no cérebro que, por sua vez, estão ligadas a um aumento da tendência à depressão, suicídio e violência.

Um consumo elevado de peixe tem sido associada a uma diminuição significativa da perda de memória relacionada com a idade, além do comprometimento da função cognitiva e um menor risco de desenvolver a doença de Alzheimer. Um estudo recente descobriu que pacientes com Alzheimer recebendo um suplemento enriquecido de ômega-3 experimentaram uma melhora significativa em sua qualidade de vida. Vários estudos estabeleceram uma clara associação entre baixos níveis de ácidos graxos ômega-3 e depressão. Outros estudos têm mostrado que os países com um elevado nível de consumo de peixe têm menos casos de depressão. Pesquisadores da Harvard Medical School têm usado com sucesso a suplementação de óleo de peixe para tratar o transtorno bipolar (doença maníaco-depressiva) e pesquisadores britânicos relatam resultados animadores no tratamento da esquizofrenia. 

Uma ingestão adequada de DHA e EPA é particularmente importante durante a gravidez e lactação. Durante esse tempo, a mãe deve fornecer todas as necessidades do bebê para DHA e EPA, porque é incapaz de sintetizar esses ácidos graxos essenciais em si. DHA faz parte de 15 a 20% do córtex cerebral e de 30 a 60% da retina, de modo que é absolutamente necessário para o desenvolvimento normal do feto e do bebê. Há alguma evidência de que uma ingestão insuficiente de ácidos graxos ômega-3 pode aumentar o risco de parto prematuro e um peso anormalmente baixo no nascimento. Há também uma evidência emergente de que os baixos níveis de ácidos graxos omega-3 estão associados com hiperatividade em crianças. 



A drenagem constante das reservas maternas de DHA pode facilmente levar a uma deficiência e alguns pesquisadores acreditam que pré-eclâmpsia (relacionando gravidez com a pressão arterial elevada) e depressão pós-parto podem ser ligadas a uma deficiência DHA. Os especialistas recomendam que as mulheres recebam, pelo menos, 500-600 mg de DHA todos os dias durante a gravidez e lactação. A maneira mais fácil de garantir esse consumo é consumir um bom suplemento de óleo de peixe por dia. 



Pesquisadores da Universidade de Sydney descobriram que as crianças que comem, regularmente, peixes frescos oleosos têm quatro vezes menos risco de desenvolver asma do que as crianças que, raramente, comem esses peixes. Especula-se que o EPA presente nos peixes podem prevenir o desenvolvimento da asma ou reduzir a sua gravidade, diminuindo a inflamação das vias aéreas e melhorando sua resposta. Pesquisadores da Universidade de Wyoming descobriram que a suplementação com 3,3 gramas por dia de óleo de peixe reduz, acentuadamente, dificuldades respiratórias e outros sintomas em pacientes com asma. Outra pesquisa revelou que o óleo de peixe pode ser benéfico no tratamento de outras doenças pulmonares, tais como a fibrose cística e enfisema. 

Podemos dizer que esse sim é o maior amigo do coração. Uma grande quantidade de literatura médica atesta o fato do óleo de peixe poder ajudar a prevenir, melhorar ou reverter a aterosclerose, angina, infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca congestiva, arritmias, acidente vascular cerebral e doença vascular periférica. Os óleos de peixe ajudam a manter a elasticidade das paredes das artérias, prevenir a coagulação sanguínea, reduzir a pressão arterial e estabilizar o ritmo cardíaco. Pesquisadores dinamarqueses concluíram que a suplementação de óleo de peixe pode ajudar a prevenir arritmias e morte cardíaca súbita em homens saudáveis. 



Um estudo italiano com 11.000 sobreviventes de ataques cardíacos descobriu que os pacientes que suplementam óleo de peixe reduziram, acentuadamente, o risco de outro ataque cardíaco, um acidente vascular cerebral ou morte. Um grupo de pesquisadores alemães descobriu que a suplementação de óleo de peixe por 2 anos causou a regressão de depósitos ateroscleróticos e médicos pesquisadores americanos relataram que homens que consomem peixe uma vez ou mais por semana têm um risco 50% menor de morrer de um evento cardíaco repentino do que os homens que comem peixe menos de uma vez por mês. Pesquisadores da Universidade de Cincinnati descobriram que a suplementação de apenas 2 gramas por dia de óleo de peixe (410 mg de EPA e 285 mg de DHA) pode reduzir a pressão diastólica em 4,4 mmHg e pressão sistólica em 6,5 mmHg em pessoas com pressão arterial elevada. O suficiente, associado à mudanças no estilo de vida, para evitar drogas em casos de hipertensão borderline. Vários outros estudos clínicos confirmaram que os óleos de peixe são realmente eficazes na redução da pressão arterial elevada e que eles podem funcionar ainda melhor se combinado com um programa de restrição de sal. Devo lembrar que, em muitos casos, precisaremos da associação de um ou mais fármacos potentes. Por isso, a atuação multiprofissional é fundamental.



Quando o tópico é inflamação, os óleos de peixe são, particularmente, eficazes na redução da inflamação e podem ser de grande benefício para as pessoas que sofrem de quadros tão diversos como artrite reumatóide e retocolite ulcerativa. Alguns estudos também notaram uma diminuição na rigidez matinal e pelo menos dois ensaios clínicos concluíram que pacientes com artrite que tomaram óleo de peixe poderiam eliminar ou reduzir, drasticamente o seu uso de AINEs e outros medicamentos contra artrite. Os pacientes com colite ulcerativa possuem níveis anormalmente baixos de EPA no sangue. Ensaios clínicos demonstraram que a suplementação com óleo de peixe pode reduzir a gravidade da condição em mais de 50% e permitir que muitos pacientes possam ter a oportunidade de reduzir ou interromper a medicação anti-inflamatória e esteroides. 



Também há evidências consideráveis ​​de que o consumo de óleo de peixe pode atrasar ou reduzir o desenvolvimento de tumores como o câncer de mama. Estudos também têm mostrado que um nível de sangue elevado em ácidos graxos ômega-3 combinados com um baixo nível de ácidos ômega-6 reduz o risco de desenvolver câncer de mama. A suplementação diária com 2,5 gramas de óleo de peixe foi confirmada como eficaz na prevenção da progressão

de pólipos benignos do cólon e pesquisadores coreanos recentemente relataram que pacientes com câncer de próstata têm baixos níveis sanguíneos de ácidos graxos ômega-3. Pesquisadores gregos relatam que a suplementação de óleo de peixe melhora a sobrevida e qualidade de vida em pacientes com câncer em estado terminal. Um dado importante relata que aproximadamente 85% ou mais de pessoas no mundo ocidental são deficientes em ômega-3 e consomem ácidos graxos ômega-6 em demasia. As dietas vegetarianas, por exemplo, podem ser muito elevadas em ômega-6 de acordo com os óleos ingeridos e falta de suplementos adequados. A ingestão diária recomendada de EPA mais DHA é de cerca de 650 mg subindo para 1000 mg por dia durante a gravidez e lactação. Os ensaios clínicos têm utilizado doses entre 1 a 10 g por dia, mas pouco benefício adicional

foi observada com níveis superiores a 5 g por dia de EPA e DHA combinados. Os benefícios da suplementação terapêutica podem tornar-se evidentes em algumas semanas quando os parâmetros sanguíneos (triglicerídeos, fibrinogênio) estão envolvidos, mas pode demorar meses para se materializar em doenças degenerativas como

a aterosclerose e artrite reumatoide.



O processamento e embalagem do óleo de peixe são cruciais para determinar a sua qualidade. Óleos de baixa qualidade podem ser instáveis e conter quantidades significativas de mercúrio, pesticidas e produtos de oxidação indesejáveis. Óleos de alta qualidade são estabilizados com quantidades adequadas de vitamina E, além de serem embalados em bolsas de folha metálica individuais ou outras embalagens impermeáveis ​​à luz e ao oxigênio. 



Óleos de fígado de bacalhau e óleo de peixe não são os mesmos. Óleo de fígado de bacalhau é extraído a partir de fígado de bacalhau e é uma excelente fonte de vitaminas A e D. Os óleos de peixe são extraídos dos tecidos (carne) de peixes gordos como o salmão e o arenque e são boas fontes de EPA e DHA. Os óleos de peixe contêm pouca vitamina A e D, mas o óleo de fígado de bacalhau contém EPA e DHA. No entanto, você provavelmente iria exceder a dose diária recomendada de vitaminas A e D, se você fosse para tentar obter quantidades terapêuticas de EPA e DHA de óleo de fígado de bacalhau.



A suplementação com óleo de peixe tem sido considerada totalmente segura, mesmo em longos períodos, e sem efeitos adversos significativos relatados em centenas de ensaios clínicos utilizando doses de até 18 gramas por dia de óleo de peixe (na minha opinião, uma dose extremamente elevada e sem propósito clínico). Suplementação de óleo de peixe, no entanto, pode baixar concentrações sanguíneas de vitamina E, sendo, por issouma boa ideia, suplementar doses extras de vitamina E ao adicionar óleos de peixe à sua dieta. Em linhas gerais, um nutriente fundamental. Como médico cardiologista, pós-graduado em Nutrologia e líder nacional em Medicina do Estilo de Vida considero esse nutriente um dos meus “melhores amigos”. Saúde à todos!





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quinta-feira, 19 de maio de 2016

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