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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Educação em saúde ao ostomizado: um estudo bibliométrico


HEALTH EDUCATION TO OSTOMY PATIENTS: A BIBLIOMETRICS STUDY
ORIENTACIÓN A LA SALUD DEL OSTOMATO: UN ESTUDIO DE BIBLIOMETRÍA

Audrey Garcia Reveles1, Regina Toshie Takahashi2


RESUMO
Este trabalho objetivou identificar a produção científica sobre orientação ao ostomizado, publicada entre 1970 e 2004 e classificá-la segundo quantidade, cronologia de publicação, função exercida pelos autores, procedência, tipo, assunto, origem e palavras-chave; utilizando a metodologia bibliométrica. As 27 publicações foram coletadas no banco de dados DEDALUS, nas bases de dados LILACS, MEDLINE e de uma docente da EEUSP (referência nacional em ostomia). No total, 19 são nacionais, oito internacionais e escritas principalmente por enfermeiros e estomaterapeutas. Os tipos são: dissertações, teses, folhetos, livros e artigos. A procedência dos materiais é da academia, laboratorial e hospitalar. A década de noventa é a que concentra o maior número de trabalhos nesta área temática.  Todos têm como finalidade elevar a auto-estima dos pacientes para fazê-los sentir que, mesmo com uma ostomia, eles podem levar uma vida normal. Assim, o estudo mostrou que a enfermeira como educadora de um ostomizado deve conhecer tais publicações para melhorar a assistência.
DESCRITORES
Educação em saúde.
Ostomia.
Enfermagem.
ABSTRACT
This study has as its objective to identify the scientific studies dealing with the orientation to patients submitted to ostomy published between 1970 to 2004 and to classify them according to quantity, chronology of publication, authors’ function, source, kind of study, topic, origin and key words by using the bibliometrics methodology. A total of 27 publications were collected in the DEDALUS databank, in the LILACS and MEDLINE databases and from a professor of the University of São Paulo’s Nursing
School (EEUSP, which is a national reference in ostomy in Brazil). Of these, 19 were written by Brazilians and 8 by nonBrazilians; most were written by nurses and enterostomal therapists. Dissertations, theses, orientation manuals, books and articles were found. The origin of the material was academia, laboratories and hospitals. The 1990s concentrated the largest number of studies in this thematic area. All of them have the purpose of elevating patients’ self-esteem in order to make them feel that, even with an ostomy, they can have a normal life. Thus the study concludes that the nurse, as an educator for the ostomy patient, should be acquainted with those publications to improve the assistance he/she provides.
KEY WORDS
Health education.
Ostomy.
Nursing.
RESUMEN
Este trabajo tuvo como objetivo identificar la producción científica acerca de la orientación al ostomato, publicada entre 1970 y 2004 y clasificarla según la cantidad, cronología de la publicación, función de los autores, fuente, clase, asunto, origen y palabras-clave; utilizando la metodología de bibliometría. Las 27 publicaciones se encuentran en la base de datos DEDALUS, LILACS, MEDLINE y en la base de datos de un profesor de la EEUSP (referencia nacional en ostomía). En suma, 19 son nacionales y 8 internacionales; están escritas principalmente por enfermeros y terapeutas enterostomales. Las referencias son: disertaciones, teorías, prospectos, libros y artículos. Los materiales son de la academia, del laboratorio y del hospital. La década de los noventa concentró el mayor número de trabajos en esta área temática. Todos tienen como propósito elevar la autoestima de los pacientes para que sientan que, aún con  ostomía, pueden llevar una vida normal. Así, concluimos que el enfermero, como educador de un ostomato debe conocer estas publicaciones para una mejor ayuda.
DESCRIPTORES
Educación en salud.
Ostomía.
Enfermería.


Na Enfermagem a educação em saúde é um instrumento fundamental para uma assistência de boa qualidade, pois o enfermeiro além de ser um cuidador é um educador, tanto para o paciente quanto para a família, realizando orientações.
Neste trabalho, entendemos educação em saúde como um processo de ensino que o enfermeiro faz com seus clientes com o objetivo deles aprenderem a se autocuidarem, além de se tornarem multiplicadores dos conhecimentos da área de saúde.
Nesta perspectiva de orientação ao paciente para o seu autocuidado foi desenvolvido este trabalho, o qual enfocou a educação em saúde voltada para adultos.
Existem muitas teorias de Educação que definem o processo educação em saúde, umas mais rígidas, outras mais flexíveis, porém para as autoras, a educação em saúde deve considerar que todos os elementos envolvidos são importantes, tanto os profissionais da área quanto os pacientes, e que devem participar de forma ativa na construção do conhecimento.
Assim, neste trabalho focamos a educação em saúde voltada para o paciente adulto ostomizado. A ostomia é
um procedimento cirúrgico, no qual é realizada uma abertura artificial entre o intestino e a parede abdominal: o ostoma é o local através do qual se dá a passagem do conteúdo intestinal(1).
O processo ensino-aprendizagem do adulto ostomizado começa no pré-operatório, no qual a enfermeira deve estabelecer um bom vínculo com o paciente e a família para ajudá-los a começar a compreender como é a situação concreta a fim de melhor se adaptarem à mudança do estilo de vida.
Em seguida, no pós-operatório tem início uma abordagem técnica relacionada ao autocuidado do paciente, que se refere em como proteger a pele ao redor do ostoma, como trocar a bolsa de ostomia, fazer a higiene do ostoma, como se alimentar e evitar a formação de gases.
Por fim, a aprendizagem continua no domicílio e em grupos de apoio com a finalidade que o paciente e sua família encontrem maneiras de viver normalmente, mesmo tendo que conviver com uma ostomia.




terça-feira, 18 de agosto de 2015

PERFIL DE PARTICIPANTES DO GRUPO DE OSTOMIZADOS DA POLICLÍNICA MUNICIPAL DE CAMPINAS, SÃO JOSÉ, SC

PERFIL DE PARTICIPANTES DO GRUPO DE OSTOMIZADOS DA POLICLÍNICA MUNICIPAL DE CAMPINAS, SÃO JOSÉ, SC


Michelle da Gama Cunha de Souza [1]
Tuani Erina Martins Varella [2]
Daniele da Silva Hermes [3]

RESUMO


Introdução: Uma ostomia é um procedimento cirúrgico que consiste na extração de uma porção do tubo digestivo. Os pacientes ostomizados, na tentativa de solucionar o seu problema de controle intestinal, muitas vezes acabam realizando alternativas impróprias, podendo ocasionar outros problemas graves, como exemplo a desnutrição. As práticas alimentares podem provocar repercussões bastante significativas, podendo influenciar de forma positiva ou negativa no processo de adaptação à sua nova condição de vida. Objetivo: O objetivo do estudo foi identificar o perfil de pacientes ostomizados da Policlínica Municipal de Campinas, São José, SC. Método: Foi realizada uma coleta de dados, através da aplicação de um questionário contendo 17 questões de múltiplas escolhas, com 16 pacientes ostomizados. O questionário foi elaborado especialmente para o estudo, composto por questões objetivas. Os dados foram analisados no programa Excel® 2007. Resultados e discussão: Observou-se idade média de 53 ± 17 anos, sendo que 62% da amostra era do sexo feminino. A ileostomia constituiu-se na grande maioria das intervenções cirúrgicas (50% dos casos), 69% dos pacientes eram portadores de estomas permanentes, verificou-se que 56% dos pacientes não receberam orientações nutricionais após a cirurgia, entretanto 87% dos pacientes reconheceram a importância de um acompanhamento nutricional. Conclusão: Nota-se o quanto é válido e importante a continuidade nas pesquisas que promovam melhora na qualidade de vida desses pacientes. Os resultados sugerem a necessidade de realizar orientação nutricional, com o objetivo de auxiliar os pacientes em relação à mudança nos hábitos alimentares.

Palavras - chaves: Ostomizados, Práticas Alimentares, Ileostomia, Hábitos Alimentares.  

INTRODUÇÃO


Os vocábulos ostomia, ostoma, estoma ou estomia possuem origem grega, a partir do termo “ostomia”, e exprimem o significado de boca ou abertura, indicando a exteriorização de qualquer víscera oca do corpo (GEMELLI, 2002).
Uma ostomia é um procedimento cirúrgico que consiste na extração de uma porção do tubo digestivo, neste caso do intestino, e na abertura de um orifício externo, que se designa por estoma. A finalidade deste é o desvio do trânsito intestinal para o exterior (SILVA, et al., 2008).
Em relação aos estomas intestinais, as causas que condicionam à necessidade de realização do mesmo são diversas e incluem as neoplasias, distúrbios congênitos, traumas, doenças inflamatórias intestinais, entre outras. As mais frequentes causas da estomia definitiva são o câncer colorretal, a doença inflamatória intestinal e a polipose adenomatosa familiar (GAMA, 2005; SILVA, 2006).
O câncer colorretal abrange tumores que atingem o cólon (intestino grosso) e o reto. Tanto homens como mulheres são igualmente afetados, sendo uma doença tratável e frequentemente curável quando localizada no intestino (sem extensão para outros órgãos) (ATTOLINI; GALLO, 2010).
A doença inflamatória intestinal é uma denominação genérica que engloba várias entidades patológicas, sendo as mais comuns: retocolite ulcerativa inespecífica e doença de Crohn, que acometem o trato gastrointestinal e são comumente associadas à desnutrição protéico-energética (BURGOS et al., 2008). 
A polipose adenomatosa familiar é uma doença autossômica dominante caracterizada pelo desenvolvimento de numerosos pólipos adenomatosos e um grande risco para o surgimento de tumores coloretais (CAVALHEIRO et al., 2002). 
 Uma ostomia pode ser um sério limitador da qualidade de vida. Os pacientes ostomizados enfrentam dificuldades, tanto físicas quanto psicológicas. Há questões psicossociais envolvidas na dinâmica desses pacientes, como a perda da integridade corporal, a violação involuntária das regras de higiene e a perda da função reguladora do esfíncter anal. A condição de ostomizado implica em mudanças no estilo de vida, daí a importância do processo de implementação do controle de suas funções intestinais, visando restituir-lhe as atividades de convívio social e melhorar sua qualidade de vida (BECHARA et al., 2005).  
Os pacientes ostomizados na tentativa de solucionar o seu problema, o controle intestinal, muitas vezes acabam realizando alternativas impróprias, como jejum prolongado, exclusão de alimentos e diminuição no volume das refeições, podendo ocasionar outros problemas graves, como exemplo a desnutrição (BECHARA et al., 2005). 
As manifestações psicossomáticas de não aceitação dos alimentos são numerosas, podendo causar erros alimentares e simbolismos. A prática de seleção dos alimentos, baseada nas crenças populares, pode desencadear um desequilíbrio nutricional tendo como consequência o não funcionamento normal do corpo humano (BEYER, 2010). 
As práticas alimentares podem provocar repercussões bastante significativas, podendo influenciar de forma positiva ou negativa no processo de adaptação à sua nova condição de vida. O controle das funções intestinais pode contribuir para melhora da qualidade de vida do ostomizado que passa a
adquirir certos hábitos para sanar ou amenizar os problemas desagradáveis decorrentes de sua nova condição, como diarréia, constipação, odor e flatulência. No entanto, podem causar benefícios e malefícios à saúde das pessoas, de acordo com o tipo, ocasião e frequência em que são utilizados os alimentos (SILVA, et al., 2008). 
De acordo com o exposto, o objetivo do estudo foi identificar o perfil de pacientes ostomizados da Policlínica Municipal de Campinas, São José, SC, os hábitos alimentares adotados após a cirurgia, investigar a influência desses hábitos na vida do paciente, podendo oferecer uma contribuição para futuros estudos e consequentemente melhoria nas condições de vida dos indivíduos ostomizados.

MÉTODO


O estudo contou com 16 participantes de ambos os sexos, vinculados ao núcleo de ostomizados da Policlínica Municipal de Campinas, São José, SC e foi realizado em setembro de 2011, durante a reunião promovida pelo Núcleo de Ostomizados. Foram considerados critérios de inclusão: ser portador de estoma intestinal (ileostomia ou colostomia), ter idade igual ou superior a 18 anos, possuir capacidade de compreensão e verbalização adequadas para responder o questionário e aceitar participar do estudo, sob assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. 
A coleta de dados foi realizada através da aplicação de um questionário contendo 17 questões objetivas, podendo o entrevistado escolher mais de uma alternativa como resposta. O grupo recebeu orientações antes da entrega do questionário, para garantir que não fossem influenciados em suas respostas.  
O questionário foi elaborado especialmente para o estudo, composto por questões objetivas, conforme apêndice A. As questões focalizaram no tempo de uso da bolsa, tipo de estoma, causa do estoma, se é reversível ou permanente, se recebeu orientação nutricional, dificuldades com a utilização da bolsa, dificuldade na alimentação após a cirurgia, mudanças no hábito alimentar após realização do estoma, como é realizado o controle das funções intestinais e se acham importante o acompanhamento nutricional após a cirurgia.
Os dados coletados foram tabulados em planilha Excel® 2007 e analisados através de gráficos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO


O questionário foi aplicado a 16 integrantes do núcleo de ostomizados da Policlínica Municipal de Campinas, São José, sendo 62% do sexo feminino, O predomínio do sexo feminino não coincide com achados de Luz e colaboradores (2009), que avaliaram pacientes submetidos a estomas intestinais em um hospital público de Teresina-PI.
A idade variou de 30 a 78 anos, com média de 53 ± 17 anos. Em relação ao estado civil 75% (n=12) eram casados, 12,5% (n=2) solteiros, 6,25% (n=1) viúvos e 6,25% (n=1) divorciados. A análise desse dado faz-se importante porque a situação conjugal do ostomizado e sua vida sexual está diretamente relacionada aos problemas resultantes da ostomia, segundo Luz et al. (2009).
 Em relação à localização do estoma, 50% (n=8) dos participantes apresentava ileostomia, 44% (n=7) colostomia e 6% (n=1) não souberam informar o local da intervenção cirúrgica.