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quarta-feira, 13 de julho de 2016

Desmistificando dúvidas sobre alimentação e nutrição: material de apoio para profissionais de saúde


Esta publicação pretende orientar e subsidiar a prática dos profissionais de saúde, assim como ampliar a autonomia das pessoas, famílias e comunidades, facilitando o acesso a conhecimentos sobre alimentação e nutrição e possibilitando que reflitam de forma crítica sobre hábitos e práticas não promotoras de saúde, aos quais muitas vezes estão submetidos. Atualmente, a grande repercussão do tema da alimentação e saúde e a crescente quantidade de notícias veiculadas exigem o desenvolvimento de habilidades pessoais para favorecer escolhas saudáveis. Comumente, a publicidade tende a enfatizar alimentos específicos, propagados como “superalimentos” e dietas com promessa de efeitos milagrosos no corpo e na saúde, induzindo modismos e padrões de comportamento alimentar não usuais que muitas vezes podem causar riscos à saúde.Nesta publicação, você encontra os principais temas abordados pela mídia, esclarece dúvidas e tem sugestões de leituras adicionais, considerando a literatura científica e a legislação mais atual. 


Para fazer o download, clique aqui.



OUTROS TEMAS INTERESSANTÍSSIMOS

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Caracterização do Estado Nutricional de escolares atendidos pelo Programa Alimentação Saudável da Prefeitura do Município de São Paulo


Characterization of pertaining to school the Nutricional State taken care of for the Program Healthful Feeding, of the City hall of the City of São Paulo

palavras-chave: educação nutricional, avaliação nutricional, obesidade em escolares

keywords: nutritional education, evaluating the nutritional state, obesity of pre-school and school students

Resumo
Introdução: Para prevenção de desvios nutricionais são necessários programas de educação nutricional visando adoção de hábitos alimentares saudáveis. O presente estudo objetiva caracterizar o estado nutricional de alunos de 15 escolas municipais de São Paulo no ano de 2006. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal com 1922 escolares, de 5 a 9 anos e 11 meses. Os dados coletados foram peso e estatura e analisados pelo programa Epi-info versão 6.04, aplicativo Epi-nut. Os indicadores antropométricos utilizados foram: estatura/idade, peso/idade e peso/estatura. Resultados e discussão: Através do índice P/A verificou-se a prevalência 13,0% de excesso de peso segundo ambos os gêneros. Estudos demonstram que o aumento nas taxas de obesidade pode ser explicado pelas mudanças na alimentação e estilo de vida. Conclusão: A obesidade é cada vez maior em nosso país, alcançando classes mais baixas onde predominava déficit nutricional, faz-se necessário a criação de políticas públicas relacionadas à educação nutricional.

abstract
The objective of this survey is evaluating the nutritional state of 2,893 pre-school and school students, male and female children, from 18 municipal schools in São Paulo, attended by the PAS – “Programa Alimentação Saudável” (Healthy Eating Program), during the year of 2006.
In this study, we have used antropometrical indexes, such as: E/I (Height / Age), P/I (Weight/Age) and P/E (Weight/Height), analysed in Epi-info and the Epis-nut and classified by “z” scores, according to NCHS.
All the indexes had presented deficits, but only E/I (Height/Age) represented a public health problem (2.5%). However, the indexes that indicate excess were much higher, what confirms the increase of its incidence in this population, probably as the result of the changes in the food habits and the lifestyle.
In all the studied districts of the city, we found elevate index of weight excess, showing that the obesity is a problem of public health that requires specific political actions and intervention.
Amongst the studied genders, the female students had showed greater prevalence of weight excess, probably due to the greater storage of calories in fat form, and not of proteins, if compared to the male students.
The results obtained in this study show the importance of developing public and governmental policies related to the nutritional education, including the participation of all agents involved in that process. Besides that, it is important to measure and follow the nutritional state of this population, analyzing their alimentary behavior, aiming not only the treatment of the obesity but its prevention, in order to promote better quality of life to this population, as much in the present as in the future.




Autores

Dra. Claudia Alves Tavares

Nutricionista do Programa Alimentação Saudável, da Prefeitura do Município de São Paulo


Dra. Daniela Freitas Martins

Nutricionista do Programa Alimentação Saudável, da Prefeitura do Município de São Paulo



Dra. Elaine Lima da Silva

Nutricionista do Programa Alimentação Saudável, da Prefeitura do Município de São Paulo


Dra. Fabianny Calazans Santana

Nutricionista do Programa Alimentação Saudável, da Prefeitura do Município de São Paulo


Dra. Leila Adnan Nasser

Nutricionista do Programa Alimentação Saudável, da Prefeitura do Município de São Paulo


Dra. Marisa Chiconelli Bailer

Nutricionistas do Programa Alimentação Saudável, da Prefeitura do Município de São Paulo


Ednéia Lázaro Souza

Estagiária curricular do Centro Universitário São Camilo


Mayumi Marcela Ujessato

Estagiária curricular do Centro Universitário São Camilo


Natália Iniava Perozzeolo

Estagiária curricular do Centro Universitário São Camilo


Penélope Sabrina de Paula

Estagiária curricular do Centro Universitário São Camilo


Prof. Dra. Daniela Fagioli

Nutricionista, Especialista em Nutrição Clínica, Título de Especialista em Saúde Coletiva, Mestre em Ciências, Docente orientadora da Universidade Paulista


Profa. Dra Monica Santiago Galisa

Professora do Centro Universitário São Camilo


segunda-feira, 11 de abril de 2016

Sobre o milagre das pílulas do exercício

De tempos em tempos aparece uma nova promessa de medicamento que substituiria a prática regular de exercícios físicos. Mas você acha que isso é (ou será) possível?


É com certa frequência que surgem notícias bombásticas a respeito da descoberta de uma nova droga capaz de "imitar" a ação do exercício físico sobre o organismo. As chamadas "pílulas do exercício" (ou "miméticos do exercício") vendem muitos jornais e revistas, entusiasmam profissionais da saúde e, por motivos óbvios, causam alívio aos sujeitos sedentários, como se a solução para todos os problemas advindos do estilo de vida inativo pudesse ser comprada na prateleira de uma farmácia.

Sob o ponto de vista da fisiologia, no entanto, há diversas falhas conceituais que arrefecem nossa esperança nas "pílulas do exercício". Em primeiro lugar, os experimentos que apontam ações similares entre substâncias farmacológicas e exercício físico são realizados com cultura de células ou roedores (para um exemplo, ver este artigo). Evidentemente, há um salto muito grande de lógica para se concluir que humanos respondem a determinada intervenção da mesma forma que células isoladas ou animais de diferentes espécies. Em segundo lugar, nós, fisiologistas, esperamos que uma droga taxada como mimética do exercício exerça todas as ações deste. O problema é que nenhuma droga é (e provavelmente jamais será) capaz de promover tantos efeitos abrangentes como o exercício, beneficiando, praticamente, todos os sistemas do organismo. Algumas drogas, quando muito, exercem efeitos específicos que se assemelham à ação do exercício, como melhora na sensibilidade à insulina (a exemplo da metformina) ou no perfil lipídico (a exemplo das estatinas), de modo que não podem ser consideradas, no rigor da palavra, "miméticos" do exercício". Outro ponto que merece destaque diz respeito à segurança das "pílulas do exercício". Para serem consideradas verdadeiros miméticos do exercício, novas drogas precisam ser submetidas a testes clínicos rigorosos que apontem efeitos adversos similares àqueles atribuídos ao próprio exercício físico, os quais são bastante infrequentes (num post futuro, trataremos deste tema). Infelizmente, estudos pré-clínicos têm demonstrado que os "miméticos do exercício" podem apresentar riscos graves à saúde das cobaias testadas, o que indica que a implementação clínica dessas drogas está longe de ocorrer. Por fim, não nos esqueçamos dos custos vultosos associados ao desenvolvimento de medicamentos, que podem alcançar a cifra de USD 1,2 bilhão por nova droga que chega ao mercado. Certamente, tais custos são repassados ao consumidor, o que nos faz duvidar que alguma intervenção farmacológica seja, de fato, capaz de também "imitar" os baixos custos do exercício físico.

Preocupa-me, especialmente, a ilusão propagada pelas "pílulas do exercício" de que a prática de atividade física pode ser meramente substituída por uma ou mais drogas, o que encoraja um estilo de vida mais inativo e, dessa forma, presta um desserviço à saúde pública. Os farmacologistas mais otimistas podem até argumentar que, talvez, um dia, os bisnetos de nossos bisnetos possam desfrutar de uma era na qual fármacos sejam capazes de produzir, por completo, os efeitos do exercício (alguém acredita mesmo que a sensação de prazer e bem-estar proporcionada pelo exercício poderá ser substituída por uma droga?); entretanto, até que esse dia enfim chegue, permanece sendo a prática de atividade física regular a mais efetiva estratégia capaz de prevenir as doenças crônicas que assolam de maneira crescente a população mundial.

O conceito imbuído nas "pílulas do exercício" é realmente tentador; soa como o "caminho-mais-fácil-a-seguir", o "soma" de Audous Huxley (droga capaz de tratar todos os males da humanidade, no clássico "Admirável Mundo Novo"), o verdadeiro milagre criado como uma luva ao homem moderno que não possui mais tempo para o supérfluo, como a atividade física. Infelizmente, para a ciência, milagres não existem...

Prof. Bruno Gualano

Para saber mais do assunto, leia:
Gualano B e Tinucci T. Sedentarismo, exercício físico e doenças crônicas (2011) Revista Brasileira de Educação Física e Esporte. 25: 37-43 (Edição Especial).
Booth FW e Laye MJ. Lack of adequate appreciation of physical exercise’s complexities can pre-empt appropriate design and interpretation in scientific discovery (2009) J Physiol 23: 5527–5540.