Pesquisar este blog

Mostrando postagens com marcador enfermagem. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador enfermagem. Mostrar todas as postagens

domingo, 23 de agosto de 2015

QUALIDADE DE VIDA DE ADULTOS COM CÂNCER COLORRETAL COM E SEM OSTOMIA


Adriana de Paula Congro Michelone1
Vera Lúcia Conceição Gouveia Santos2
Michelone APC, Santos VLCG. Qualidade de vida de adultos com câncer colorretal com e sem ostomia. Rev Latino-am Enfermagem 2004 novembro-dezembro; 12(6):875-83.
O objetivo deste estudo foi analisar e comparar a qualidade de vida (QV) dos doentes com câncer colorretal atendidos pelo SUS na XIV DIR-SP, conforme ausência e presença de estoma. Trata-se de estudo descritivo e exploratório, com abordagem quantitativa onde se utilizou a escala WHOQOL-bref para avaliação da QV. A casuística foi composta por 110 pessoas, totalizando 48 sobreviventes que compuseram dois grupos conforme ausência ou presença do estoma. Os resultados evidenciaram escores médios menores em todos os domínios para as pessoas ostomizadas, porém sem diferenças significativas na comparação com o grupo de pessoas sem ostomia. Foram constatadas diferenças estatisticamente significantes para as variáveis religião e retorno ao trabalho independente do grupo. O estudo contribuiu para o melhor delineamento acerca da QV entre pessoas operadas por câncer colorretal com e sem ostomia.
DESCRITORES: qualidade de vida; enfermagem oncológica; neoplasias colorretais

QUALITY OF LIFE OF CANCER’ PATIENTS WITH AND WITHOUT AN OSTOMY

This study aimed to analyze and compare the quality of life of patients with colorectal cancer who were attended by the Single Health System in São Paulo. A descriptive and transversal study was carried out from a quantitative approach. Data were collected through the World Health Organization Quality of Life-bref scale (WHOQOL-bref). 110 patients were observed, resulting in a population of 48 patients, who were divided into 2 groups: with and without ostomy. No differences in the average scores for the four domains were found between the groups. Statistical differences were found in the variables of religion and return to work independent from the group. This study was important to get a better understanding of quality of life in cancer patients with and without ostomy.
DESCRIPTORS: quality of life; cancer nursing; colorectal neoplasms

CALIDAD DE VIDA EN ADULTOS CON CÁNCER COLORECTAL CON Y SIN OSTOMÍA

La finalidad del trabajo fue analizar y comparar la calidad de vida (CV) en enfermos con cáncer colorectal que reciben terapia de SUS en el XIV DIR-SP. Fue efectuado un estudio descriptivo y transversal con aproximación cuantitativa. La escala WHOQOL-bref fue utilizada para evaluar la CV. La casuística fue compuesta de 110 personas, siendo 48 supervivientes que hicieron parte de dos grupos, de acuerdo con la presencia o falta del estoma. Los resultados fueron de puntuaciones medias menores para las personas con ostomía. Todavía no ocurrieron mayores diferencias con relación con el grupo de personas sin ostomía. Fueron encontradas diferencias importantes de acuerdo con la creencia y regresión al trabajo, sin relación al grupo. El estudio ayudó en el progreso para un mejor dibujo respecto a la CV entre personas con intervención quirúrgica debido al cáncer colorectal con y sin ostomía.
DESCRIPTORES: calidad de vida; enfermería oncológica; neoplasmas colorectales
1 Enfermeira, Mestre em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, Docente da Faculdade de Medicina de Marília, e-mail: adrianap@famema.br; 2 Enfermeira Estomaterapeuta, Doutor em Enfermagem, Docente da Escola de Enfermagem da Universidade de
São Paulo, Orientador, e-mail: veras@usp.br


INTRODUÇÃO

A presença do câncer altera, indubitavelmente, todos os aspectos da vida do indivíduo e pode acarretar profundas alterações no modo de viver habitual, conforme o comprometimento da capacidade e habilidade para execução de atividades de rotina. As alterações da integridade físico-emocional por desconforto, dor, desfiguração, dependência e perda da auto-estima são relatadas por esses doentes que percebem a qualidade de suas vidas profundamente alterada, num curto período de tempo.
A própria palavra “câncer”, inclui um simbolismo de ameaça à vida e de associação com a morte e o morrer(1). Nesse aspecto, a pessoa experimenta certos tipos de pavor ao ser acometida por uma “doença mistério” e “moralmente contagiosa”, evitando sequer pronunciar o nome da doença(2).
Parece fundamental, portanto, que os enfermeiros e demais elementos da equipe de saúde, envolvidos com essa clientela, tenham visão mais ampliada sobre os sentimentos aflorados frente à doença, às suas seqüelas e aos resultados alcançados no processo reabilitatório. Impõe-se elaborar um plano individualizado de atenção fundamentado no respeito aos valores e crenças do indivíduo que corresponda, de forma mais abrangente, às expectativas e necessidades da pessoa com câncer, contribuindo para a necessária tomada de decisão em direção à melhoria da qualidade de vida, e não apenas ao prolongamento da sobrevida. Na promoção da autonomia do cliente, não cabe à equipe de saúde determinar o que é melhor para ele - o que seria considerado paternalismo - mas instrumentalizá-lo, através do processo educativo, para que ele mesmo possa tomar decisões seguras, com base em seus próprios valores(3).
Como parte das responsabilidades do enfermeiro, essa é uma tarefa muitas vezes difícil que exige conhecimentos e habilidades compromissadas com a humanização do tratamento.
Neste estudo enfoca-se, especificamente, a área da oncologia colorretal na qual, além do estigma do câncer e de sua localização corporal, o indivíduo tem suas preocupações agravadas pelas possibilidades terapêuticas, dentre as quais, o desvio do trânsito intestinal mediante a realização de um estoma.
A pessoa ostomizada, além de sobreviver ao câncer, passa a assumir outras incumbências em presença de tal derivação. A literatura mostra que os indivíduos ostomizados enfrentam várias perdas que podem ser reais ou simbólicas. A perda do controle da eliminação de fezes e gases, condição mandatória para a vida em sociedade, pode acarretar o isolamento psicológico e social, baseado em sentimentos negativos que permeiam as relações interpessoais. Essas pessoas deparam-se com a mutilação de sua imagem corporal e auto-estima, com sentimentos de repugnância de si mesmas, de desprestígio diante da sociedade e de não serem capazes de enfrentar tal situação(2,4-5).
A complexidade e a extensão da problemática inerente à vivência da cronicidade da doença e/ou da seqüela, aqui especialmente representada pelo câncer e pela ostomia, têm levado vários autores a desenvolverem estudos com o objetivo de analisar o impacto dessas condições sobre a qualidade de vida, em diferentes aspectos.
Considerando-se as dificuldades enfrentadas pelos sobreviventes de câncer, sendo ostomizados ou não, ao submergir numa ou duas situações crônicas, câncer e ostomia, que certamente proporcionam drásticas mudanças no estilo de vida, sobrepõe-se, como foco central deste estudo, o grande questionamento: como todo esse processo influencia a qualidade de suas vidas?
Qualidade de vida
Qualidade de vida é uma das mais interdisciplinares terminologias da atualidade(6), sendo utilizada em vários contextos de pesquisa, servindo como elo entre várias áreas especializadas do conhecimento como a sociologia, medicina, enfermagem, psicologia, economia, geografia, história social e filosofia.
Para diversos autores, a qualidade de vida tem componentes subjetivos e objetivos. O aspecto subjetivo é essencial porque o senso de satisfação pessoal é intrínseco à qualidade de vida. Entretanto, o componente objetivo é também necessário, pois pessoas vivendo em situações de pobreza e miséria podem sentir-se satisfeitas com sua vida, enquanto que outras pessoas enfrentando condições adversas de risco à saúde podem avaliar sua qualidade de vida pior que a desejada.
Ao considerar-se que qualidade de vida é um valor subjetivo, a mesma só pode ser avaliada pela própria pessoa cuja qualidade de vida está sendo medida(7), contrariamente aos primeiros estudos sobre o tema.
O World Health Organization Quality of Life Group (WHOQOL Group) grupo da Organização Mundial de Saúde (OMS) que estuda qualidade de vida baseado em três aspectos referentes ao construto qualidade de vida, quais sejam, subjetividade, multidimensionalidade e presença de dimensões positivas e negativas, define-a como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”(7).
A qualidade de vida passa ao âmbito da saúde quando se considera que a doença e as intervenções realizadas pelos profissionais influenciam tanto sobre a quantidade (sobrevivência) como sobre a qualidade da vida do indivíduo(8). No contexto da oncologia, a qualidade de vida é definida como a percepção subjetiva do indivíduo em relação à sua incapacidade e à satisfação com seu nível atual de funcionamento, fazendo com que a pessoa considere que esteja bem ou não, comparativamente ao que percebe como possível ou ideal(9).
A problemática do adulto sobrevivente ao câncer colorretal, certamente exacerbada pela presença de um componente estigmatizante e mutilante como o estoma, aqui colocada em breve revisão de literatura, associada à nossa prática profissional, tanto assistencial quanto de ensino, tem sido fonte de estímulo para aprofundar o conhecimento sobre o universo dessa clientela, constituindo-se como objetivos do estudo:

CASUÍSTICA E MÉTODOS


quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Educação em saúde ao ostomizado: um estudo bibliométrico


HEALTH EDUCATION TO OSTOMY PATIENTS: A BIBLIOMETRICS STUDY
ORIENTACIÓN A LA SALUD DEL OSTOMATO: UN ESTUDIO DE BIBLIOMETRÍA

Audrey Garcia Reveles1, Regina Toshie Takahashi2


RESUMO
Este trabalho objetivou identificar a produção científica sobre orientação ao ostomizado, publicada entre 1970 e 2004 e classificá-la segundo quantidade, cronologia de publicação, função exercida pelos autores, procedência, tipo, assunto, origem e palavras-chave; utilizando a metodologia bibliométrica. As 27 publicações foram coletadas no banco de dados DEDALUS, nas bases de dados LILACS, MEDLINE e de uma docente da EEUSP (referência nacional em ostomia). No total, 19 são nacionais, oito internacionais e escritas principalmente por enfermeiros e estomaterapeutas. Os tipos são: dissertações, teses, folhetos, livros e artigos. A procedência dos materiais é da academia, laboratorial e hospitalar. A década de noventa é a que concentra o maior número de trabalhos nesta área temática.  Todos têm como finalidade elevar a auto-estima dos pacientes para fazê-los sentir que, mesmo com uma ostomia, eles podem levar uma vida normal. Assim, o estudo mostrou que a enfermeira como educadora de um ostomizado deve conhecer tais publicações para melhorar a assistência.
DESCRITORES
Educação em saúde.
Ostomia.
Enfermagem.
ABSTRACT
This study has as its objective to identify the scientific studies dealing with the orientation to patients submitted to ostomy published between 1970 to 2004 and to classify them according to quantity, chronology of publication, authors’ function, source, kind of study, topic, origin and key words by using the bibliometrics methodology. A total of 27 publications were collected in the DEDALUS databank, in the LILACS and MEDLINE databases and from a professor of the University of São Paulo’s Nursing
School (EEUSP, which is a national reference in ostomy in Brazil). Of these, 19 were written by Brazilians and 8 by nonBrazilians; most were written by nurses and enterostomal therapists. Dissertations, theses, orientation manuals, books and articles were found. The origin of the material was academia, laboratories and hospitals. The 1990s concentrated the largest number of studies in this thematic area. All of them have the purpose of elevating patients’ self-esteem in order to make them feel that, even with an ostomy, they can have a normal life. Thus the study concludes that the nurse, as an educator for the ostomy patient, should be acquainted with those publications to improve the assistance he/she provides.
KEY WORDS
Health education.
Ostomy.
Nursing.
RESUMEN
Este trabajo tuvo como objetivo identificar la producción científica acerca de la orientación al ostomato, publicada entre 1970 y 2004 y clasificarla según la cantidad, cronología de la publicación, función de los autores, fuente, clase, asunto, origen y palabras-clave; utilizando la metodología de bibliometría. Las 27 publicaciones se encuentran en la base de datos DEDALUS, LILACS, MEDLINE y en la base de datos de un profesor de la EEUSP (referencia nacional en ostomía). En suma, 19 son nacionales y 8 internacionales; están escritas principalmente por enfermeros y terapeutas enterostomales. Las referencias son: disertaciones, teorías, prospectos, libros y artículos. Los materiales son de la academia, del laboratorio y del hospital. La década de los noventa concentró el mayor número de trabajos en esta área temática. Todos tienen como propósito elevar la autoestima de los pacientes para que sientan que, aún con  ostomía, pueden llevar una vida normal. Así, concluimos que el enfermero, como educador de un ostomato debe conocer estas publicaciones para una mejor ayuda.
DESCRIPTORES
Educación en salud.
Ostomía.
Enfermería.


Na Enfermagem a educação em saúde é um instrumento fundamental para uma assistência de boa qualidade, pois o enfermeiro além de ser um cuidador é um educador, tanto para o paciente quanto para a família, realizando orientações.
Neste trabalho, entendemos educação em saúde como um processo de ensino que o enfermeiro faz com seus clientes com o objetivo deles aprenderem a se autocuidarem, além de se tornarem multiplicadores dos conhecimentos da área de saúde.
Nesta perspectiva de orientação ao paciente para o seu autocuidado foi desenvolvido este trabalho, o qual enfocou a educação em saúde voltada para adultos.
Existem muitas teorias de Educação que definem o processo educação em saúde, umas mais rígidas, outras mais flexíveis, porém para as autoras, a educação em saúde deve considerar que todos os elementos envolvidos são importantes, tanto os profissionais da área quanto os pacientes, e que devem participar de forma ativa na construção do conhecimento.
Assim, neste trabalho focamos a educação em saúde voltada para o paciente adulto ostomizado. A ostomia é
um procedimento cirúrgico, no qual é realizada uma abertura artificial entre o intestino e a parede abdominal: o ostoma é o local através do qual se dá a passagem do conteúdo intestinal(1).
O processo ensino-aprendizagem do adulto ostomizado começa no pré-operatório, no qual a enfermeira deve estabelecer um bom vínculo com o paciente e a família para ajudá-los a começar a compreender como é a situação concreta a fim de melhor se adaptarem à mudança do estilo de vida.
Em seguida, no pós-operatório tem início uma abordagem técnica relacionada ao autocuidado do paciente, que se refere em como proteger a pele ao redor do ostoma, como trocar a bolsa de ostomia, fazer a higiene do ostoma, como se alimentar e evitar a formação de gases.
Por fim, a aprendizagem continua no domicílio e em grupos de apoio com a finalidade que o paciente e sua família encontrem maneiras de viver normalmente, mesmo tendo que conviver com uma ostomia.