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domingo, 15 de maio de 2016

Corantes: aditivos prejudiciais ao TDHA

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDHA) geralmente, surge antes dos sete anos de idade, sendo mais prevalente em meninos. Estima-se que cerca de 70% das crianças hiperativas continuem com os sintomas na adolescência, e 65% dos adolescentes conservem o problema até a vida adulta. As causas do distúrbio ainda não são conhecidas, porém estudos sugerem uma suscetibilidade genética associada a fatores ambientais, cujo tratamento requer uma abordagem multidisciplinar que envolva tratamento farmacológico com terapia comportamental e, ainda, o acompanhamento nutricional.

Estudos avaliando uma dieta de exclusão em crianças hiperativas demonstraram melhora no comportamento dessas, podendo relacionar o aumento no consumo de alimentos industrializados, ricos em aditivos alimentares, com alteração no comportamento infantil. Entre os aditivos utilizados em larga escala, pode-se assinalar o papel dos corantes, utilizados para realçar a coloração dos alimentos, responsáveis por reações alérgicas, asma, urticária e até casos de câncer observados em longo prazo. Por sua vez, dos corantes responsáveis por alterar o comportamento infantil, destacam-se: tartrazina, amaranto, vermelho-, eritrosina e caramelo amoniacal.

A avaliação do consumo de corantes alimentares e aditivos, de uma forma geral, é feita pelo controle da ingestão diária aceitável (IDA). Nesse sentido, estudos avaliando o consumo alimentar de crianças verificaram que a introdução de alimentos industrializados ocorre de maneira precoce, assim, crianças de 4 a 12 meses já recebiam alimentos como queijo tipo , refrigerantes e pirulitos.

Outros estudos avaliaram a quantidade de corantes em alimentos, com isso, pôde-se constatar que há produtos com quantidades superiores de corantes ao permitido na legislação brasileira. Desse modo, avaliou-se que a IDA de crianças é facilmente excedida com o consumo de um ou mais produtos industrializados ao dia, sendo este o público mais atingido pelos efeitos adversos de tais aditivos, pois, devido à imaturidade fisiológica, pode ter prejudicada a excreção desses compostos e apresentar dificuldade na capacidade de controlar a ingestão dos alimentos com aditivos.

Uma opção atual para combater esse problema é a utilização dos corantes naturais, que também podem trazer propriedades funcionais. Porém essa introdução ainda é considerada um desafio, pois são menos instáveis e não atendem todas as colorações disponíveis. A participação do nutricionista na equipe multidisciplinar é de extrema importância para correção de hábitos alimentares prejudiciais, além do importante papel como educador, alertando a população leiga, como pais e professores, sobre os
prejuízos causados pelo consumo excessivo de alimentos industrializados por crianças ̶ portadoras ou não do transtorno de de atenção e hiperatividade.

Referências

ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA. . 4. Ed. Porto Alegre: Artemed, 2002.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO DÉFICIT DE ATENÇÃO – ABDA. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: <http://www.tdah.org.br/images/stories/site/
pdf/tdah_uma_conversa_com_educadores.pdf> Acesso em: 10 de outubro de 2013.

BORIS, M.; MANDEL, F.S. Foods and additives are commom causes of attention défi cit hyperactivity disorder in children. . v. 72, n. 5, p. 462-468, maio 1994.

ROHDE, L.A.; HALPERN, R. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: atualização. , Porto Alegre, v. 80, n. 2, p. 61-10, abr. 2004.

ROMAN, T.; ROHDE, L.A.; HUTZ, M.H. Genes de suscetibilidade no transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Rev Bras Psiquiatr., São Paulo, v.24, n.4, p.196-201, out. 2002.

POLÔNIO, M.L.T.; PEREZ, F. Consumo de aditivos alimentares e efeitos à saúde: desafios para a saúde pública brasileira. , Rio de Janeiro, v.25 n.8. p.1653-1666, agos. 2009.

POLÔNIO, M.L.T.; PERES, F. Consumo de corantes artificiais por pré-escolares de um município da Baixada Fluminense, RJ. . online, Rio de Janeiro, v.4, n.1, p. 2748-2757, jan./mar. 2012.

PRADO, M. A.; GODOY, H. T. Corantes artificiais em alimentos. , v. 14, n. 2, p. 237-250, 2003.

PRADO, M. A.; GODOY, H. T. Teores de corantes artificiais em alimentos determinados por cromatografia líquida de alta eficiência. , Campinas, v. 30, n. 2, p. 268-273, 2007.

WANNMACHER, L. DHDA: correto diagnóstico para real indicação de psicoestimulantes,  Brasília, v.2, n. 10. set. 2006.

OUTRA FONTE: Revista Nutri On-line


OUTROS TEMAS INTERESSANTES:


  1. 1967 (1)
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